Quem passou pela faculdade sabe que há professores que enchem auditórios e que outros mal conseguem uma mão cheia de presenças e as aulas são um enfado.
Lembro-me de um dos meus professores (os meus antigos colegas de faculdade reconhecê-lo-ão, certamente) de uma eloquência maravilhosa, com uma forma de abordar os assuntos encantatória, com um timbre hipnótico. A forma como se movia e conjugava esse movimento com as suas enormes mãos fazia sempre parecer que nos estava a contar uma verdade nunca antes dita, algo nunca antes pensado, quanto mais entregue a um auditório de alunos imberbes. Uma das minhas colegas andava perdida de amores por aquele professor que teria talvez o dobro da nossa idade.
Por outro lado, tive professores de um nível inquestionável de conhecimento, com uma notoriedade académica superior, reconhecidos no mundo pela sua genialidade e, no entanto, as suas aulas eram um tormento. Não que a matéria não tivesse interesse. O casamento entre o conteúdo e a forma é que não era apelativo.
O primeiro tipo de professores tinha connosco a relação que um encantador de serpentes tem com as ditas, um encantador de serpente que às vezes era tão serpente como nós e noutras ocasiões deixava-nos sermos os encantadores.
O segundo era mais como o azeite e nós a água, sempre prontos para nos escapulirmos por qualquer brecha. Pessoas apaixonadas pela sua área de investigação e que pelo seu mérito e competência são convidados a partilhá-la com quem melhor a pode usar e potenciar: os alunos. No entanto, estar perante uma plateia de alunos pode levar a ter o desejo e a sensação de urgência de aceder à invisibilidade para não sentir um desprazer semelhante ao da violência física.
Existe a crença de que se é genial numa área então será o professor indicado para transmitir o conhecimento adquirido, armazenado e em desenvolvimento e, a verdade, é que sim, é! É, contudo, necessário activar os recursos que possibilitam que o dom da oratória descole do papel e surja no encontro com plateias.
De igual modo, nas empresas, existem colaboradores geniais, que se destacam por determinada competência, característica ou qualidade únicas e, no entanto, existem recursos que, por não estarem a ser acedidos na dose necessária, não lhes permitem existir ao nível do seu potencial.
Então que mistério é este que faz com que a genialidade numa área possa estar divorciada de uma série de outras competências?
Foi precisamente o que na década de 1980 levou uma equipa de cientistas, liderados pelo psicólogo Howard Gardner, a procurar resposta para a questão:
Será a capacidade de raciocínio lógico-matemático a única forma de medir a inteligência humana?
Foi na sequência da investigação que aconteceu para responder à pergunta acima que foi desenvolvida a teoria das Inteligências Múltiplas que pretende ser uma melhor descrição da forma como a inteligência humana se nos apresenta.
A teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner, como é conhecida, alargou definitivamente o conceito de Inteligência, que antes se referia a uma entidade única, e desafiou e continua a desafiar a forma como o sistema de ensino está organizado, como planeamos o desenvolvimento dos colaboradores nas organizações ou como a educação surge na maioria das famílias.
Os célebres testes de QI (quociente de inteligência) apenas medem um dos oito tipos de inteligência, a inteligência lógico-matemática. Com Gardner e com a sua equipa foram identificados oito tipos de inteligência:
1. Lógico-matemática
2. Linguística
3. Musical
4. Espacial
5. Corporal-cinestésica
6. Interpessoal
7. Intrapessoal
8. Naturalista
Gardner defende que todas as pessoas possuem os oito tipos de inteligência com combinações de níveis de desenvolvimento diferentes. De acordo com outros pensadores e investigadores, outras “inteligências” têm sido identificadas, como a espiritual, a existencial, a moral. Passou a ser consensual que o facto de uma inteligência estar muito desenvolvida em alguém não determina o grau de desenvolvimento das restantes inteligências, sendo o oposto igualmente verdade: o facto de uma pessoa ter um nível de desenvolvimento baixo duma das inteligências não significa que não tenha outra/outras mais desenvolvidas. É igualmente verdade que todas se podem desenvolver.
É importante ter em mente que as inteligências têm igual valor intrínseco e que, num mundo competitivo, complexo e em mutação acelerada, o desenvolvimento de várias áreas é determinante do sucesso. Quanto maior for a abrangência de percepção da realidade, maior será o potencial de flexibilidade para encontrar soluções.
A Programação Neurolinguística (PNL) revela-se neste campo como uma abordagem maravilhosa para alargar os campos de percepção a que acedemos e a profundidade com que o fazemos. Durante muito tempo, a PNL centrava-se quase totalmente em processos de modelagem – encontrando a estrutura mínima que permite codificar determinado comportamento – que depois são replicados por outras pessoas com resultados sobreponíveis aos obtidos pelo modelo codificado.
Este processo de modelagem permite a quem quer adquirir determinada competência que, na posse do código do comportamento que faz emergir a mesma, a instale, quase como se de magia se tratasse. São processos destes que permitem ganhar competências de oratória a quem nunca as conheceu em si, adquirir a possibilidade de ter uma relação diferente com o tempo ou com o espaço em situações específicas que são para si determinantes de sucesso, o mesmo podendo acontecer nas relações interpessoais e em todas as áreas em que o comportamento e percepção humanas acontecem.
Esta perspectiva de desenvolvimento e de superação, proveniente da PNL, entrega a cada pessoa a possibilidade de se adaptar de acordo com a necessidade e a motivação que para tal sinta. Há inúmeros exemplos na nossa história recente, exemplos vivos que, apesar de condicionamentos aparentemente incontornáveis, se superaram para além da média dos restantes mortais.
Conhecer e praticar PNL transformou-se numa espécie de Super-poder que pode desenvolver os colaboradores duma organização, os alunos de uma escola, as pessoas em geral, para novos níveis de realização pessoal.
Quem é que pode não ser feliz se souber encontrar o caminho para se sentir realizado?